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Faça o download em pdf. da programação completa do evento.

Mesa redonda

“Virginia Woolf no século XXI”
Grupo KEW: Kyklos de Estudos Woolfianos

11 de setembro às 11h.

Mediadora: Prof.ª Dra. Maria Rita Viana (UFOP/UFSC)

• Prof. Dr. Davi Pinho (UERJ)

"O mundo contemporâneo está cheio de Orlandos": Virginia Woolf e Paul B. Preciado entre gêneros


O filósofo, curador, transativista e agora cineasta Paul B. Preciado descreve Orlando, My Political Biography (2023) como uma carta de amor para Virginia Woolf. Ao reivindicar corajosamente Woolf como “uma escritora não-binária” (El Salto, 30/09/2023, as traduções são minhas), seu filme atualiza Orlando: A Biography, tomando o romance de Woolf como vetor de formação de um coletivo cuja revolução está enraizada na possibilidade poética de renomear experiências e cujo modo de ativismo político decorre da disposição radical para amar as idiossincrasias do nosso mundo. O pensador espanhol lê o romance de 1928 como o prenúncio de uma poética corporal — uma poética que prescinde de linguagens médicas e taxonômicas e se quer, antes, um fim em si. Tendo isso em mente, esta palestra propõe uma leitura das tecnologias de gênero entre Woolf e Preciado em diálogo com aquilo que Rosi Braidotti apropriadamente chama de “gênero intensivo” em sua leitura das cartas de Woolf para Vita Sackville-West (Nomadic Theory, 2011): um resto estético que aparece em excesso dos gêneros masculino e feminino, desfazendo práticas binárias de nomeação. Entre cinema e ficção, filosofia e ativismo, arte e vida, esta palestra argumenta que Preciado e Woolf nos oferecem (e oferecem para si mesmos, como numa troca de cartas) possibilidades de trânsito para além das taxonomias da modernidade.

• Prof.ª Dra. Maria Aparecida de Oliveira (UFPB)

Se Walter Benjamin em The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction discute o fato de que a reprodução mecânica desvaloriza a aura da obra de arte, o que devemos pensar da reprodução mecânica na era da revolução digital e de grandes crises ambientais? Pamela Caughie, refletindo sobre o trabalho de Benjamin, editou o livro Viginia Woolf in the Age of Mechanical Reproduction, uma coletânea de ensaios que refletem sobre a aproximação entre Woolf e Walter Benjamin na interface modernidade e tecnologia. Seguindo esse embasamento teórico, o objetivo dessa apresentação é analisar o romance Orlando, observando como a autora lida com a ecologia e tecnologia em seu texto geo/biográfico, tomando a expressão de Elizabeth Waller em sua interpretação do romance. Essa palestra também explora as interações com o romance pastoral de Vita Sackville-West em seu poema pastoral The Land sobre as diferentes estações, o que envolve a ecologia/tecnologia do seu tempo. Woolf na grande maioria de seus romances lida com diferentes estações e diferentes climas, bem como demonstra Peter Adkins em seu texto sobre Woolf e o Antropoceno. Orlando não é o único que está mudando de sexo, mas, sobretudo, a terra, o clima, os animais estão todos sofrendo uma grande transformação ao longo de trezentos anos dessa jornada, assim como podemos perceber as modificações em termos ecológicos e tecnológicos no romance. Assim, a questão é entender como Woolf localiza seu personagem principal em profundo contato com o ambiente, o humano e não-humano e todas as alterações ao seu redor.
 
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• Prof.ª Dra. Marcela Filizola (UERJ)
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A epistemologia das ruas de
Virginia Woolf e Patricia Galvão

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Esta fala pretende investigar as representações de mulheres nas obras de Virginia Woolf e Patricia Galvão, a Pagu, partindo do que eu chamo de uma “epistemologia das ruas”.  Proponho uma leitura feminista do ensaio de Woolf de 1938, Três guinéus, e do romance proletário de Galvão de 1933, Parque industrial, levando em consideração como as autoras parecem sugerir uma reimaginação dos espaços públicos por meio de sua ocupação por vidas marginais e de que modo suas representações ainda se fazem contemporâneas.
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Grupo de Pesquisa Travessias e Feminismo(s): estudos identitários na autoria feminina - UFJF

Apoio:

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Mesa redonda

“Traduções Literárias de Autoria Feminina”

11 de setembro às 15h.

Mediadora: Prof.ª Dra. Maria A. Oliveira (UFPB)

• Prof.ª Dra. Carolina Magaldi (UFJF)

Arqueologia literária – o papel da tradução na curadoria de obras de autoria feminina 

A presente apresentação busca compreender qual seria o papel do tradutor em realizar a curadoria de obras de autoria feminina a serem traduzidas, bem como as consequências de tais inclusões nos polissistemas de saída e de chegada. Para tal, será utilizado como fio condutor da discussão a construção do volume Alter Feminae (2024), organizado e traduzido pelo grupo de pesquisa Prisma.
 

• Prof.ª Dra. Maria Rita Viana (UFOP/UFSC)
 
O boom da tradução de escritas de vida de Virginia Woolf para o português

Partindo da conceituação de “escritas de vida” como designação de gêneros e práticas de escrita que congrega tanto o gênero autobiográfico mais tradicional quanto formas híbridas e menos centrais a entendimentos estritos do que seria a literatura propriamente dita, examino o aumento de publicações em português justamente de quem propôs o conceito em inglês, Virginia Woolf. Após análise mais ampla de Um esboço do passado (2020, trad. Ana Carolina Mesquita) e das diversas edições dos diários, o foco será a publicação de cartas da autora, em especial de sua correspondência cruzada com outras escritoras, considerando-se não apenas a tradução do texto mas também do paratexto das diferentes edições em português.
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• Prof.ª Dra. Ana Carolina Mesquita (Faculdade Santa Marcelina de SP)
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Mulheres e tradução
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Parodiando a empreitada de Virginia Woolf em “Women and Fiction”, que posteriormente originou A room of one’s own, o presente trabalho busca oferecer um painel sobre os diferentes desdobramentos das relações entre mulheres e tradução a partir de dados oficiais sobre o mercado editorial de tradução de autoras mulheres e de tradução de mulheres por mulheres, bem como de entrevistas e depoimentos de tradutoras.
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Grupo de Pesquisa Travessias e Feminismo(s): estudos identitários na autoria feminina - UFJF

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Mesa redonda

“Literatura de Autoria Feminina LGBTQIAPN+”

11 de setembro às 18h.

Mediador: Prof. Dr. Davi Pinho (UERJ)
 
 
• Prof. Dr. Victor Santiago (UFAc)
 
A teatralidade da negritude e a autodefinição de mulheres lésbicas negras em Garota, mulher, outras, de Bernardine Evaristo

Minha apresentação objetiva demonstrar como a abordagem artística e dramática da autora britânica Bernardine Evaristo, entrelaçada com o pensamento de Patricia Hill Collins, abre novos caminhos para a compreensão e representação da mulher negra e suas variadas perspectivas de gênero e sexualidade, com especial atenção para os debates LGBTQIAPN+. Ele explora a interseção do romance de Evaristo, Garota, mulher, outras (2019), com o conceito de "autodefinição" de Collins (Collins, 2000) através das lentes da "interseccionalidade" (Collins; Bilge, 2016). A personagem Amma, uma dramaturga lésbica negra britânica, serve de exemplo de como a "ficção de fusão" (Evaristo, 2021) de Evaristo confronta narrativas hegemônicas e "imagens de controle" (Collins, 2000) associadas a mulheres negras e pessoas LGBTs.

•  Prof. Dr. Leonardo Berenger A. Carneiro   (PUC-Rio)
 
"Put me in thy books": Virginia Woolf
usa (e abusa?) do Bardo


É objetivo primeiro desta comunicação analisar a presença de William Shakespeare na obra de Virginia Woolf, com interesse particular no trânsito que se faz explícito entre Cimbeline e Mrs Dalloway. No romance de Woolf, a alusão direta à peça tardia do Bardo ("Fear no more the heat of the Sun") se conecta ao uso de imagens de natureza que aparecem ao longo da narrativa da autora inglesa. Os personagens mais ligados à natureza, Clarissa e Septimus, também são os que mais reagem à poesia e refletem com mais frequência sobre a morte e seu lugar no mundo. O “calor do sol” pode aparecer como algo maravilhoso, como a paixão. Clarissa descreve o amor romântico como um fósforo queimando. O calor também pode consumir, porém, e Septimus, mentalmente ferido pelos horrores da guerra, sente que o mundo vai explodir em chamas, em um fogo que não pode mais ser contido. Seja maravilhoso ou mortal, o calor do sol é constante e algo que todos devem suportar.
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•  Prof.ª Dra. Patrícia Marouvo (UERJ)
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Gênero e sexualidade em Garota
encontra garoto, de Ali Smith

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A apresentação tem como objeto a obra Garota encontra garoto (2007), de Ali Smith, romance que reconta o mito de Ífis presente nas Metamorfoses, de Ovídio. Objetiva-se pensar a construção de gênero e sexualidade, na medida que Smith promove o deslize dessas categorias (Mitchell, 2013) quando suas personagens principais, Anthea e Robin (atualizações das personagens Ífis e Iante em Metamorfoses), se encontram e ressignificam relações.​​
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Grupo de Pesquisa Travessias e Feminismo(s): estudos identitários na autoria feminina - UFJF

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